Ponteiros do relógio girando
o tempo passando rápido novamente
o ano já está indo embora
e dessa vez eu sei que nem vivi.
Numa música antiga que toca no rádio
diz que o passado é uma velha roupa colorida que não serve
mais,
mas a roupa do presente também não serve e então me desespero.
Bom mesmo
era quando eu sabia que nos domingos pela noite,
iriamos ficar conversando e mesmo a distância,
estaríamos sempre muito perto.
era como se eu pudesse sentir sua respiração.
e era sempre incrível
como tínhamos dificuldades de dizer boa noite
e se despedir...
Os ponteiros no relógio também giravam
mas eu não me importava com eles.
Agora eu não tenho quem leia estes poemas
E eu já não encontro olhos em outras pessoas
que me inspiram a escrever.
Eu descobri que ninguém brilha como você
E eu também sinto que cada vez mais
significo menos para as pessoas
rumando assim
a abstinência de mim mesmo,
naquele passado onde a roupa
já não me serve mais.