O estranho no espelho volta para atormentar o jovem
rapaz. Os velhos pesadelos tornam-se os mais novos temores. Mais uma vez
encontra-se sem um caminho para seguir, novamente na estaca zero. Tentando
apagar as manchas de suas memórias, tragando vida ao seus pulmões,
apenas mais uma tentativa, vai morrer se não tentar, já dizia seu avô. Não é fácil quanto
parece, nem tão simples quanto dizem. O mundo está parada em seus olhos,
mais de meia vida se passou, mais um gole de whisky para manter-se
vivo, por mais um século ou apenas meia hora.
Os ponteiros do relógio circulam rapidamente, aumentando a
tensão, elevando a vontade doentia de consentir. O suor desce pela
testa, velha agonia de sempre, estagnado e atormentado em um grande efeito Placebo. Um espasmo de
amor e ódio, um colírio para os olhos, uma estaca no coração. Este que
serve apenas para deixa-lo vivo, pois já não se sente mais nada além dos
batimentos em ritmo acelerado e fora do tom.
Pobre rapaz, encontra-se preso em sua própria consciência. Muito pior do que qualquer jaula ou presídio de segurança máxima, pois no presídio conta-se os dias para a liberdade que tem data marcada, mas em sua mente a prisão pode ser perpétua.
Pobre rapaz, encontra-se preso em sua própria consciência. Muito pior do que qualquer jaula ou presídio de segurança máxima, pois no presídio conta-se os dias para a liberdade que tem data marcada, mas em sua mente a prisão pode ser perpétua.