segunda-feira, 4 de março de 2013

O Andarilho, seu cotidiano e sua sentença



    Em passos lentos, seguindo adiante, analisando a trilha que está a seguir, caminhar, cabeça erguida, postura, continuar em frente. Sempre é possível chegar ao fim, é o que todos dizem. Demarcar sem nenhum dano, sem surpresas. Nunca faça algo esperando retorno, não argumente contra a vida, não seja rancoroso com si mesmo.

    Por milhas sonhando, ansioso, frenético e acanhado. Me diga o quanto você é forte, mostre a dimensão que  você aguenta, qual é a proporção do seu holocausto? Mas o suor é frio, como a alma, sem desistir, sem questionar, apenas siga a jornada. Sem provar o contragosto, sem cair em tentação, nem pelo vinagre muito menos pelo vinho.

    Dias de insônia, ápice depressivo, nem o gole de café serve para abalar a corrente sanguínea; estagnado. Mas ainda dizem que é necessário caminhar, exemplos nunca vão faltar. Supere, resista, admita que consegue. Mas o suor lhe faz fraquejar, á sentença lhe preocupa, os ponteiros dançam vagarosamente...
 Não grite caso o desespero sobrevir, os vizinhos ainda estão acordados, eles vão ouvir...

    Ao fim olhar para os arredores,  contemplar toda a bagatela imunda que foi encontrada. Olhe para o espelho, ria! todos dizem que é bom o sorrir, eles sempre dizem. Seja benevolente com aqueles que chegarem onde você se encontra, diga para que fiquem a vontade, ofereça água, seja sociável, faz parte da educação, todos sociáveis. Nada vai mudar de agora em diante, apenas a vontade inquietante de concertar as rachaduras que ficaram pelo caminho, asfalto desgastado... Deixe a ponte limpa, coloque uma placa de boas vindas e ilumine como um forte lampejo, para aqueles que  estão chegando visualizarem o propósito final... Eles não tem culpa de percorrerem o mesmo caminho.

Isso é apenas um grito de socorro.


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