Em passos lentos, seguindo adiante,
analisando a trilha que está a seguir, caminhar, cabeça erguida, postura,
continuar em frente. Sempre é possível chegar ao fim, é o que todos
dizem. Demarcar sem nenhum dano, sem surpresas. Nunca faça algo esperando
retorno, não argumente contra a vida, não seja rancoroso com si mesmo.
Por milhas sonhando, ansioso, frenético e
acanhado. Me diga o quanto você é forte, mostre a dimensão que você
aguenta, qual é a proporção do seu holocausto? Mas o suor é frio, como a alma,
sem desistir, sem questionar, apenas siga a jornada. Sem provar o contragosto,
sem cair em tentação, nem pelo vinagre muito menos pelo vinho.
Dias de insônia,
ápice depressivo, nem o gole de café serve para abalar a corrente sanguínea; estagnado.
Mas ainda dizem que é necessário caminhar, exemplos nunca vão faltar. Supere,
resista, admita que consegue. Mas o suor lhe faz fraquejar, á sentença lhe
preocupa, os ponteiros dançam vagarosamente...
Não grite caso o desespero sobrevir, os
vizinhos ainda estão acordados, eles vão ouvir...
Ao fim olhar para os arredores,
contemplar toda a bagatela imunda que foi encontrada. Olhe para o espelho,
ria! todos dizem que é bom o sorrir, eles sempre dizem. Seja benevolente com
aqueles que chegarem onde você se encontra, diga para que fiquem a vontade,
ofereça água, seja sociável, faz parte da educação, todos sociáveis. Nada vai
mudar de agora em diante, apenas a vontade inquietante de concertar as
rachaduras que ficaram pelo caminho, asfalto desgastado... Deixe a ponte limpa,
coloque uma placa de boas vindas e ilumine como um forte lampejo, para aqueles
que estão chegando visualizarem o
propósito final... Eles não tem culpa de percorrerem o mesmo caminho.
Isso é apenas um grito de socorro.
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