Então fica assim, por mais que não queira, não existirá outra escolha que não seja esquecer. O tempo vai passar, de uma forma ou de
outra, você vai esquecer. Fique aflito, pois a paz tardara à chegar. E quando parecer que não haverá mais escapatória, na beira de sua loucura tudo vai mudar... Se a dor
for muito forte, paciência... De algum jeito ela vai passar.
terça-feira, 8 de abril de 2014
quarta-feira, 2 de abril de 2014
Doces com liberdade
Uma vez estava sentado em um banco de uma praça qualquer. Em minha
frente às árvores balançavam e destilavam toda a beleza, acarretada pela brisa
fresca que por ali passava. Pombos faziam um amontoado por restos de comida que
estavam espalhados pelo chão, brigavam e por fim brincavam, sem raiva nem
rancor daquele que conseguiu encher o papo primeiro. Um amontoado de casas na
minha frente contemplava a paisagem, favelas, comunidades ou barracos de classe
média, não sei bem dizer, é tudo muito desigual para um lugar só.
De longe avistei uma garotinha vestida de rosa, aparentava aproximadamente oito anos, carregava consigo um sorriso e um olhar ousado. Ao lado dela sua suposta irmã, uma garota mais acanhada, que não deveria ter mais que seis anos de vida. Elas apareceram na porta de suas casas e começaram a cochichar algo... Fiquei observando para ver o que ocorria. Para minha surpresa, a garota de oito anos começou a andar pela calçada da avenida até a venda de doces no final da rua. A outra irmã estava mais afoita, temerosa, olhando aterradoramente, enquanto acompanhava com seu olhar a menina que buscava os doces. Aquela que caminhava estava sorridente, olhava para sua irmã que ficará no portão, receosa com a aventura, que provavelmente ficou com medo de acompanhá-la. Sim, sem margens de dúvidas, os pais daquelas garotinhas não estavam em casa, como são muito novas, costumam ficar trancadas dentro de suas paredes, brincando com bonecas e sem saber o que existia no mundo por fora do portão. Mas uma delas foi ousada e tomou coragem para buscar os doces. Sim, aquele simples gesto de coragem, apesar do medo da outra irmã, mostrou através do sorriso daquela criança, que ela sentia pela primeira vez o gosto da LIBERDADE. A jovem debutava o direito de ser livre pela primeira vez, e por sentir-se livre, não esquecerá o medo de ser descoberta a qualquer momento pelos seus pais. Mas esse é o preço que pagava, pois aquele momento é único e perigoso por natureza própria.
Assim como em uma aventura até a
vendinha de doces, ou sobre a exploração de uma Ditadura Militar, desejamos a
liberdade incondicional, mas sempre estaremos com medo. Pois a qualquer momento,
a vanguarda poderá pegar-nos, nos tacaram no inferno, seja dentro de um
banheiro ou em encima de pau de arará... Mas nunca deixaremos de sentir o
desejo e a euforia por estarmos há um passo e ao mesmo tempo tão distante da liberdade.
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