segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

A fuga

Tenho pesadelos com uma certa frequência e ultimamente eles aumentaram consideravelmente. Não sei bem que é a comida pesada antes de dormir, ou o álcool quente que aquece o fígado, ou então o simples fato de ter que sonhar, mesmo sem querer ao mesmo dormir. O problema é que todo o pesadelo ocorre de uma mesma maneira, alguém corre atrás de mim e eu vou me esquivando por todos os lugares possíveis e imagináveis. Eu nunca vi o rosto de quem corre atrás de mim, eu nunca soube porque essa coisa corre atrás de mim, eu nunca parei para ver o que acontece se ele me alcançar, é como se eu estivesse condicionado a uma perseguição eterna, talvez do eu, contra eu mesmo. Sempre acordo quando a coisa se aproxima, eu sempre olho para o teto e digo, oh Deus até quando... E eu sempre me levanto, vou ao banheiro, entro debaixo da água mais fresca possível e deixo-a escorrer pela minha cabeça, pelos meus olhos e boca e encontro a calma novamente.

Com o tempo acabo por esquecer dessa coisa, até que ela resolve aparecer novamente e mais uma noite acaba se repetindo, como um dejavú eterno, uma penitência sem que eu saiba o motivo de meu crime. Vai ver é essa mania de me preocupar muito com a vida, de procurar as respostas quando elas não existem, me preocupar muito com o amor, me preocupar muito em não morrer aqui, dessa forma, sem estar feliz, sem ter feito alguém feliz. Talvez eu seja a coisa de meus sonhos, mas eu nunca soube como me livrar de mim mesmo.

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