sexta-feira, 17 de junho de 2016

As flores sobrevivem ao frio


Uma vez andava pela rua e o frio gritava e ecoava pelas  pessoas que em passos rápidos, ansiavam para chegar em suas casas, no calor de suas camas e na comodidades de seus aparelhos de televisão. Escuto próximo de mim uma voz, era um morador de rua sentado ao chão — Ei, por favor, me de um cigarro — acenei com a cabeça e me agachei, colocando o cigarro em minha boca e para poder ascender e entregar a aquele homem.


Naquela posição então observei o seu redor. Havia um cobertor dobrado em forma de travesseiro, ao lado o par de seus sapatos estavam colocados perfeitamente, um do lado do outro. Havia uma caneca de alumínio ao lado, um saco de pão enrolado e o local bem limpo, apesar das circunstâncias. Logo notei, que aquilo eram resquícios de quem já teve uma casa, de quem sabe organizar as coisas de uma forma mais agradável possível, mas que por algum motivo,  vida culminou com ele, o levando para aquela lugar cretino, do qual sua dor era agora afagada pelo cigarro, que ali recebia e que  seus olhos respaldavam o agradecimento com um singelo, obrigado e boa noite.





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