Uma vez andava pela rua e o frio gritava e ecoava pelas pessoas que em
passos rápidos, ansiavam para chegar em suas casas, no calor de suas camas e na
comodidades de seus aparelhos de televisão. Escuto próximo de mim uma voz, era
um morador de rua sentado ao chão — Ei, por favor, me de um cigarro — acenei com
a cabeça e me agachei, colocando o cigarro em minha boca e para poder ascender e
entregar a aquele homem.
Naquela posição então observei o seu redor. Havia um cobertor dobrado em
forma de travesseiro, ao lado o par de seus sapatos estavam colocados
perfeitamente, um do lado do outro. Havia uma caneca de alumínio ao lado, um
saco de pão enrolado e o local bem limpo, apesar das circunstâncias. Logo notei,
que aquilo eram resquícios de quem já teve uma casa, de quem sabe organizar as
coisas de uma forma mais agradável possível, mas que por algum motivo, vida
culminou com ele, o levando para aquela lugar cretino, do qual sua dor era agora
afagada pelo cigarro, que ali recebia e que seus olhos respaldavam o
agradecimento com um singelo, obrigado e boa noite.
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