Meu amigos, tem um monte de gente perdida nesse lugar.
Elas estão dentro dos ônibus, nos metrôs, nos bares, nos centros e nos subúrbios;
Estão procurando por aqueles sonhos que tiveram quando ainda eram crianças.
Eles querem processar,
Por todas aquelas mentiras que ouviram diariamente de como deveríamos ser e estudar, para que então pudéssemos alcançar os sonhos de nossas vidas.
Esqueceram então de avisar sobre os os boletos atrasados, os cheques vencidos, as pessoas que querem sobrepor as outras, os viciados, o amores perdidos, os infiéis, a tristeza, a opressão.
Mas para essas causas, não existem advogados, nem juízes aptos com as jurisdições necessárias, e então, acabamos períodos mesmo.
Em busca de um escapismo,
um acordo benéfico,
um amor platônico,
uma noite de sexo,
um motivo para viver e aguentar a sobrecarga psíquica.
Nós não desistimos,
porque sabemos que se desistir, o tempo passará mais devagar nos domingos,
o silêncio ecoará sobre as paredes do quarto e nada fará sentido.
Porque aos domingos a dor é sempre pior.
Uma vez eu assisti um filme, do qual uma pessoa fazia um tratamento experimental
para apagar de sua memória a pessoa que ela tanto amava.
Ele se arrepende no meio do processo de hipnose e tenta, mesmo alucinado, maneiras de maneiras sabotar o tratamento.
Foi desesperador, mas fiquei imaginando que se isso existisse, certamente os consultórios estariam cheios, pois apesar da felicidade instantânea que vivemos, a tristeza tende a durar mais, pois esperamos mais da vida, do que ela mesmo pode nos dar.
O abismo sempre está,
de olhos abertos para nós
mas finalmente eu aprendi,
que me ocupando,
nunca mais terei tempo para olhá-lo novamente.
As manobras do escapismo: Picasso e Kandinsky |
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