sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Uma volta sozinho em meu parque de diversão favorito.

Estranho é mesmo ver seus olhos longe dos meus. Estes mesmos olhos castanhos, que um dia esteve tão próximos aos meus, semicerrados e virtuosos e agora, estão longes, apagados na memória.
Estranho é ver você cada vez mais longe, como se estivéssemos na roda-gigante, de nosso parque de diversões imaginário e estamos nas pontas opostas. Enquanto você chega mais perto do céu, eu estou mais perto do chão e nessa brincadeira, eu nunca vou poder olhar em seus olhos e dar um sorriso e um thchauzinho a distância.

Estranho mesmo é ver nossos sonhos se realizando, aqueles lugares legais, que nós queríamos ver juntos um dia, mas que agora, apreciaremos de ângulos distintos. Cada qual no seu canto, cada um com seu ardor e será como se nos conhecêssemos somente de vistas. Acho que pensar nisso é amor, ou ao menos o que restou dele. Esses retalhos de conversas, que se perpetuam na minha caixa de e-mails, os livros em minha biblioteca e na música que eu deixei para ouvir hoje a noite, só para lembrar de você.


segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Quando você está  no escuro de seu quarto
e olha para a janela
tem vontade de flutuar para longe, dentre as luzes da cidade
eu gostaria de ser parte da varanda, para lhe ajudar a alçar o teu voou.

Quando você está deitada no sofá olhando para o teto
escutando sua musica triste favorita
eu queria ser as ondas sonoras,
para invadir seus ouvidos e poder encostar em sua mente.

Quando você dorme em seu quarto quente,
eu queria ser o ventilador
que vai deixar a temperatura do ambiente mais fresca
para lhe trazer o melhor sono possível.

Quando você sonhar
eu gostaria de aparecer
e trazer uma rosa nas mãos
para lhe dar e ir embora antes de você acordar

e quando você acordar desse sonho
e por ventura começar a chorar
eu quero ser a lágrima
que você vai engolir
para assim eu poder finalmente tocar sua alma.




domingo, 3 de setembro de 2017

Do primeiro ao ultimo dia nesse teatro dos sonhos, que nos acostumamos chamar de lar.

As pessoas costumam colocar o tempo como responsável, para soprar os ventos tristes para o outro lado da cidade. Por vezes isso realmente funciona, mas existe sempre uma poeira que fica conosco, aquela que inconsta e vive debaixo dos nossos corações. Ela não cicatriza, ela  só deixa de incomodar, quando a gente também se vai.

E as vezes ela se manifesta em público,
e sempre que resolve aparecer é
junto de você...

Mas hoje, quando você aparece, não é mais como antes... É claro que a poeira ainda está dentro do meu peito e ela incomoda... Só que você de tal maneira, e para melhor, que agora, eu me sinto inferior.
E isso não é ruim pra você,
quero dizer,
que você tem que continuar voando, pois és livre, para viver.

Mas eu, perto de você, não sou mais nada.

E eu já não consigo  mais falar diretamente olhando em seus olhos, pois você parece agora tão instruída,
tão aceptiva de si,
que eu me sinto um parvo
e de minha boca, só sairão coisas que não tem valor e não agregam em nada.

No máximo, uma piada sem graça,
um clichê,
uma memória de algo que já foi vivido
e deixado
em nosso passado.

E eu sinto por isso.

Por não poder ser tão bom quanto você é.
Por não ser tão convicto, por não ser tão vivido como você.
E saiba, eu desejo que você consiga traçar todas as suas metas e continue revolucionando a vida das pessoas.

Eu vou tentar ser algo um pouco melhor do que sou,
a cada dia que eu viver
mas dessa vez
eu pude constatar
que você é 
algo que eu realmente
nunca mereci ter
e que eu fui
um cara de sorte
por algum
tempo.

e eu não posso dizer que a poeira que vive debaixo do meu coração me deixa feliz,
pois ela
representa tudo que sobrou
do tempo que vivi com você
eu não aprendi a digerir tudo ainda
mas eu já me acostumei com isso e com a certeza
de que longe de mim,
você se encontrou.
Não deixe de continuar caminhando.


''Truest love
Void on fire
You have haunted, my desire
Always real, always right
Always alright

Live across
Heaven's blood
I am forgetting to be someone
Always real, always right
Always alright

Kill me as
I become
The dull aching heart of everyone''