quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Poetas de calçadas

   Quanto custa para acreditar, nunca pensei que fosse tão difícil confiar. Não imaginei o quão desgastante é inclinar-se e deixar meu corpo pairar. Não existem alucinógenos que lhe traga de volta à calma e a segurança sobre si, quando à mesma encontra-se em um estado de decomposição. Seu espírito lhe consome, te degusta e lhe cospe, como um trapo; um resto que só você entende o porquê foi rejeitado.

   Quanto mais longe está o abismo que você saiu, mais próximo está um novo. Isso é apenas um guia , de uma  estrada criada por você mesmo, lotada de buracos, recheada poetas de calçadas e comediantes baratos. Eu sei que viver ao meio do que sobra disso aqui, lhe torna um artista. Mas quanto vale o melhor concerto que eu posso apresentar, sendo que não haverá ninguém para aplaudir...

  Será por fim um palhaço triste, tentando animar singelos momentos. Euforia limitada, que lhe é arrancada quando você não espera. Pobre de tu, se ficastes no primeiro abismo, não afundaria no segundo; não choraria dobrado; não acreditaria no que é inacreditável.
Toquem os sinos, o natal está chegando, com ele trazem as boas vindas.  Dizem que vem um novo ciclo, mas a sua alma continua à mesma e já não se anima com o folclore aclamado por todas as outras almas. 




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