História repetida
de um mundo que só condena. Todo um marasmo na forma de um globo.
Todo sangue derramada em pró á hierarquia dominante. Todo pobre
massacrado, todo negro escravizado, toda a fé desperdiçada. Os seres mais
perfeitos da terra já não existem mais, deixaram para nós os resquícios de
perfeições e organização, que apesar do tempo se encontram inalteradas. No
Peru, na Bolívia, na Grécia, entre outros tantos lugares, onde podemos ver os restos
de civilizações que marcaram o espaço até que acabaram por serem extintas,
devida à ignorância e promessas mentirosas de seres humanos interesseiros, que
vieram na intenção de ter o poder.
Vide a nova Bolívia, um dia foi a mais rica em matéria-prima
e hoje é cercada de pessoas que querem sair de lá, sonhando em construir uma
vida melhor. Saem de lá às pressas, cheios de sonhos e olhos cintilantes, mas
caem em terras paralelas e acabam sendo escravizados por seres intelectualmente
inúteis. Pessoas de origens duvidosas, mantendo todo o poder oligárquico e seu
dinheiro sujo a base da escravatura de vidas, que nasceram sem direito há
absolutamente nada. É muito fácil tomar a vida daquele que já nasceu sem.
Para nós aqui, sobra um pedaço do caos, as ruínas de um lugar
qualquer, remanescente do que um dia foi um lugar perfeito. Pedaços e
fragmentos de amor, nós ainda podemos ver. Mesmo que tudo esteja sujo demais
para acreditarmos em nossa libertação. Mas o carinho ainda se encontra nas
vielas, no azedume da cidade entre a vitrine e mendigo, entre o lixeiro e o
empresário e entre os carros luxuosos e as carroças de rua.
Mensagens que são
estampadas todos os dias, publicidades e pichações questionam nossa harmonia,
nossa educação e o bom senso que nos falta. Mas isso já não nos envergonha
mais, pois nosso estado esnobe agora é impercebível. Onde estamos chegando,
onde estamos parando... Destruir, matar, comer e saciar essa fome inexistente,
levando ao holocausto tudo que não temos o direito de mexer.
Agora conte uma história para dormir. Esse barulho da cidade e o
ruído da mente, faz com que seja impossível pregar dos olhos em um sono
profundo. Cante uma música, tão bela e triste quanto aquela criança pedindo
esmolas com rosto de anjo. Mas por favor, não conte uma história de terror, como
daquele mendigo e seu fiel cachorro, que estavam revirando a lixeira hoje pela
manhã.
Não vamos ser tão radicais assim, nem falar de coisas tão reais, quando
não temos sequer o bom senso para apontar e buscar as soluções para essas
lágrimas tão sofridas e gemidos abafados, que tomam conta da paisagem suburbana
de nosso mundo.
Quieto e amedrontado, eu estou no aguardando o fim de nossa cegueira.