sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Um todo e um paradigma

E aquele que acha que vencer é tudo, é o mesmo que não vê a glória de chorar. Aquele que procura um lugar para se esconder, mas não deixa ninguém  nunca deixa alguém ver. Anda sempre em frente, estufando no peito um coração que não mostra a ninguém. Esses são sempre os mesmos; Aquela gordinha que se julga incapaz de tudo, mas esquece de olhar no espelho e encontrar o belo rosto que tem. É o mesmo garoto revoltado, cheio de tatuagens e com fama de mal. Se mata nas esquinas á beber, mas sempre procura o ônibus mais rápido para voltar, pois sozinho em sua cama ele se encontra mais. É aquele engravato com cartão de crédito sem limite, que consegue comprar tudo à vista, menos o coração que há tempos perdeu de vista.

  Nem todos querem ganhar o pouco que não tem. O que você quer, o que você faz, ainda não justifica. O que vão querer ainda não tem nome, nem forma; não se compra e nem se troca, mas se encontra naquele olhar, que esquecemos de contemplar. Não é uma competição; não é um jogo de perdedores, mas sim à utopia que não se encaixa entre mais puros desejos. E com os pés nos chão, eles abrem as mãos, cheios de boas intenções, mais vivem presos, em uma procura sem fim, de um alguém que possa vos libertar.



terça-feira, 19 de novembro de 2013

A casa dos cegos

   História repetida de um mundo que só condena. Todo um marasmo na forma de um globo. Todo sangue derramada em pró á hierarquia dominante. Todo pobre massacrado, todo negro escravizado, toda a fé desperdiçada. Os seres mais perfeitos da terra já não existem mais, deixaram para nós os resquícios de perfeições e organização, que apesar do tempo se encontram inalteradas. No Peru, na Bolívia, na Grécia, entre outros tantos lugares, onde podemos ver os restos de civilizações que marcaram o espaço até que acabaram por serem extintas, devida à ignorância e promessas mentirosas de seres humanos interesseiros, que vieram na intenção de ter o poder.

    Vide a nova Bolívia, um dia foi a mais rica em matéria-prima e hoje é cercada de pessoas que querem sair de lá, sonhando em construir uma vida melhor. Saem de lá às pressas, cheios de sonhos e olhos cintilantes, mas caem em terras paralelas e acabam sendo escravizados por seres intelectualmente inúteis. Pessoas de origens duvidosas, mantendo todo o poder oligárquico e seu dinheiro sujo a base da escravatura de vidas, que nasceram sem direito há absolutamente nada. É muito fácil tomar a vida daquele que já nasceu sem.


 Para nós aqui, sobra um pedaço do caos, as ruínas de um lugar qualquer, remanescente do que um dia foi um lugar perfeito. Pedaços e fragmentos de amor, nós ainda podemos ver. Mesmo que tudo esteja sujo demais para acreditarmos em nossa libertação. Mas o carinho ainda se encontra nas vielas, no azedume da cidade entre a vitrine e mendigo, entre o lixeiro e o empresário e entre os carros luxuosos e as carroças de rua.
Mensagens que são estampadas todos os dias, publicidades e pichações questionam nossa harmonia, nossa educação e o bom senso que nos falta. Mas isso já não nos envergonha mais, pois nosso estado esnobe agora é impercebível. Onde estamos chegando, onde estamos parando... Destruir, matar, comer e saciar essa fome inexistente, levando ao holocausto tudo que não temos o direito de mexer.

   Agora conte uma história para dormir. Esse barulho da cidade e o ruído da mente, faz com que seja impossível pregar dos olhos em um sono profundo. Cante uma música, tão bela e triste quanto aquela criança pedindo esmolas com rosto de anjo. Mas por favor, não conte uma história de terror, como daquele mendigo e seu fiel cachorro, que estavam revirando a lixeira hoje pela manhã.
 Não vamos ser tão radicais assim, nem falar de coisas tão reais, quando não temos sequer o bom senso para apontar e buscar as soluções para essas lágrimas tão sofridas e gemidos abafados, que tomam conta da paisagem suburbana de nosso mundo.
 


   Quieto e amedrontado, eu estou no aguardando o fim de nossa cegueira.