terça-feira, 19 de novembro de 2013

A casa dos cegos

   História repetida de um mundo que só condena. Todo um marasmo na forma de um globo. Todo sangue derramada em pró á hierarquia dominante. Todo pobre massacrado, todo negro escravizado, toda a fé desperdiçada. Os seres mais perfeitos da terra já não existem mais, deixaram para nós os resquícios de perfeições e organização, que apesar do tempo se encontram inalteradas. No Peru, na Bolívia, na Grécia, entre outros tantos lugares, onde podemos ver os restos de civilizações que marcaram o espaço até que acabaram por serem extintas, devida à ignorância e promessas mentirosas de seres humanos interesseiros, que vieram na intenção de ter o poder.

    Vide a nova Bolívia, um dia foi a mais rica em matéria-prima e hoje é cercada de pessoas que querem sair de lá, sonhando em construir uma vida melhor. Saem de lá às pressas, cheios de sonhos e olhos cintilantes, mas caem em terras paralelas e acabam sendo escravizados por seres intelectualmente inúteis. Pessoas de origens duvidosas, mantendo todo o poder oligárquico e seu dinheiro sujo a base da escravatura de vidas, que nasceram sem direito há absolutamente nada. É muito fácil tomar a vida daquele que já nasceu sem.


 Para nós aqui, sobra um pedaço do caos, as ruínas de um lugar qualquer, remanescente do que um dia foi um lugar perfeito. Pedaços e fragmentos de amor, nós ainda podemos ver. Mesmo que tudo esteja sujo demais para acreditarmos em nossa libertação. Mas o carinho ainda se encontra nas vielas, no azedume da cidade entre a vitrine e mendigo, entre o lixeiro e o empresário e entre os carros luxuosos e as carroças de rua.
Mensagens que são estampadas todos os dias, publicidades e pichações questionam nossa harmonia, nossa educação e o bom senso que nos falta. Mas isso já não nos envergonha mais, pois nosso estado esnobe agora é impercebível. Onde estamos chegando, onde estamos parando... Destruir, matar, comer e saciar essa fome inexistente, levando ao holocausto tudo que não temos o direito de mexer.

   Agora conte uma história para dormir. Esse barulho da cidade e o ruído da mente, faz com que seja impossível pregar dos olhos em um sono profundo. Cante uma música, tão bela e triste quanto aquela criança pedindo esmolas com rosto de anjo. Mas por favor, não conte uma história de terror, como daquele mendigo e seu fiel cachorro, que estavam revirando a lixeira hoje pela manhã.
 Não vamos ser tão radicais assim, nem falar de coisas tão reais, quando não temos sequer o bom senso para apontar e buscar as soluções para essas lágrimas tão sofridas e gemidos abafados, que tomam conta da paisagem suburbana de nosso mundo.
 


   Quieto e amedrontado, eu estou no aguardando o fim de nossa cegueira.



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