quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Como as borboletas cinzas

E como borboletas cinzas, que desfilam suas cores sombrias pelo céu azul, você também trilha seus passos; você anda apressadamente para alguma coisa qualquer. Busca um lugar que lhe traga alguma paz, algo tranquilo sem soberba, que lhe ensine as coisas simples, sem tarifas e cobranças. Esse é um tesouro, mas temos que pagar com a única miséria que temos.

Um palhaço animador de festas leva flores para as damas e cumprimenta os cavalheiros. A maioria o rejeita, sequer demonstram simpatia pelo sujeito. Seu sorriso é forçado, mas ninguém se da conta, pois o palhaço usa maquiagem para fazer os infelizes sorrirem, mas ninguém se interessa em fazer um palhaço sorrir.

Em um incêndio no formigueiro, as formigas voltam para salvar aquelas que estão acuadas pelo fogo. Elas trabalham juntas, comem juntas e dividem tudo que tem, como proletariados que são. Ensinam tanto para nós, mas como um ser humano pode prestar atenção em seres insignificantes...

O entregador de cartas que jamais deixou de lhe despachar uma correspondência, Nunca virou amigo de alguém em seu trajeto. Todos dizem - olá, tem algum pra mim? Mas sequer sabem o seu nome, muito menos sabem que ele se mata nos botecos a beber após o expediente, só para esquecer de tudo, menos do que ele é.

No centro dessa cidade, uma menina compra alimentos para um morador de rua.
Nos extremos desse caos, as favelas varam as noites sem dormir. Luzes continuam acesas após o amanhecer, corações estão apagados de tanto sofrer. O cigarro sempre está aceso, o café sempre quente. A televisão no “MUTE” e a mente inconsciente, procurando um lugar onde possa ficar contente, se faltar luz, melhor dormir, para fugir desse pesadelo.


Em outro canto pra lá de distante, um velhinho pegou ônibus bem cedo, no horário mais lotado, para comprar pães na ultima padaria do bairro. Ele se sente melhor com um montante de gente ao seu lado, faz com que esqueça que há dois meses sua casa está vazia e a solidão o atormenta, pois sua esposa já não está mais naquele lar, ele a perdeu para um infarto fulminante. Agora ele vive em pranto, sem rumo e com uma dor da perda, vaga como uma borboleta cinza esperando a hora de sua retira e por fim encontrar a sua paz.


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