quarta-feira, 29 de outubro de 2014

A sentença malvada do júri cheio de ratos

Tem alguns momentos da vida em que a angústia toma conta de qualquer pessoa esfarrapado. Quando isso acontece, começamos a perceber que não somos mais uma criança e que agora, nossos atos não são justificados por nossa idade. Pois bem, ninguém precisa justificar nada, sabemos às consequências da vida e o que podemos esperar de troco. Normalmente o troco é bem amargo.

Fazemos do mínimo o máximo, basta uma vírgula fora da frase e destruímos tudo que está em volta. Sabemos que estamos certos, mas não conseguimos justificar perante o nosso tribunal repleto de pessoas errantes. Nem mesmo alegar nossa ira como jurisprudência de nosso ser, conseguiremos obter uma sentencia favorável. Todos serão contra nós, enquanto mantivermos a mesma opinião incivilizada de sempre. Dirão então que somos loucos enraivados, que desejamos as piores coisas do mundo, mas qual é a pior coisa do mundo nesse instante enraivecido?

Todo o moribundo que sente angustia, busca incansavelmente o momento de paz. Ninguém quer brigar com o mundo, mas é impossível não partir para briga quando o mundo lhe destrói pouco a pouco com cruzados de direita.

Não é um dia, não é um mês, normalmente é uma vida cheia de altos e baixos. Vão dizer para você procurar um psicólogo, e o que ele poderá fazer? Vão nos diagnosticar com dicas de auto-ajuda, para finalmente conseguirmos controlar o nosso direito de explodir?
O Psicólogo nada mais tem a oferecer do que um manual de boas maneiras, decorado para casos de extrema antipatia social. Admiro os manuais de conservação da mente, mas de nada adiantará, se para isso, devermos abaixar nossas cabeças e entrar em um mundo de faz de conta, dizendo que está tudo bem, sentindo o perfume das flores e fingindo não sentir o odor da carne morta ao nosso redor.

Nós nascemos sozinhos e morremos sozinhos. Ligando um ponto ao outro começo a perceber os motivos porque as pessoas são tão sociáveis e procuram companhia em todos os momentos. O medo de estar sozinho é injustificável, mas mesmo assim inventaram os computadores, as redes sociais, os telefones celulares para envolver mais as pessoas em seus ciclos de amizades e mesmo na distancia, elas não ficarão sozinhas por completo. Essas pessoas tem horror a solidão e enfim criaram as melhores válvulas de escape.

Muitos lendo esse texto também vão julgar, o mundo está cheio de julgamentos formais. Alguns dirão frases do tipo :“tem tudo na vida e só reclamada”, “nasceu privilegiado”, “Menino mimado é assim mesmo”. Se você tem esse tipo de pensamento sobre o texto, por favor, desconsidere, eu não escrevi isso para as pessoas do seu perfil compreender eu já sabia que não compreenderiam. 



sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Um copo de Wiskey com duas pedras de ironias, em busca das respostas de todo o sempre



    Não precisamos fazer muito para descobrirmos o estado da vida. Basta sentarmos em um bar, pedirmos um drink e observarmos as pessoas passarem. Veja meu amigo, todos os rostos parecem tão iguais, tão sem vida, vagando na direção de seus afazeres. Elas não tem cor própria, são cinzas como pedras e paredes mortas, se assemelham com à palidez da morte, mas ainda sim, se acham vivos. Assim acontece todos os dias. As pessoas se encarregam de manter-se vivas, praticar exercícios, uma boa alimentação, estética pessoal etc. mas parecem mortas pela própria vida, pois devido todas essas regras, viram difuntas por dentro.  Mas para elas, isso é o sentido da vida; Então pegar um ônibus lotado, aguentar um empresário gritando em sua orelha e suas faturas de cartão de crédito para quitar, faz com que se considerem vivas e ferozes. Ok, você pode até dizer que todos tem seus sonhos, seus deveres, seus amores e valores. Realmente o amor é algo que contém a jurisdição da vida. Em compensação o amor também pode ser o gatilho faltava para explodir o seu cérebro no fim da próxima primavera. Mas as pessoas não devem pensar na tragédia antes de viver o presente. Aquele que deixa o hoje passar, nunca vai viver o amanhã e se não existir o amanhã, não haverá histórias para contar aos pombos daqui 20 primaveras.
 
     Agora vejamos o que esses homens, mulheres e adolescente com calças borradas pensam: Um país miscigenada, onde a própria consciência das pessoas já fazem o serviço de subjugar o próximo, seja no cor, na escolha sexual, no jeito de andar, na roupa ou o corte de cabelo. Que diabos essa sociedade pensa que é? Será que essa gente não percebe o quão rotular o próximo acaba por transformar a vida desse sujeito em um inferno? Alguém gosta de fazer a vida do próximo ser um inferno? Creio que não, mas esse povo nem mesmo percebe o que está fazendo isso, pois é do subconsciente, é padronizado e torna até mesmo um contra-senso em senso comum.

   No final daquele drink, podemos pedir o segundo e um cigarro pode ser ascendido para apreciarmos o tom cinza da fumaça. Veremos também homens olhando para as bundas das mulheres, afim de mostrar para os outros homens, que são 'homens' de verdade. Uma tentativa desesperada e sem pudor de mostrar sua masculinidade sem se importar com o que as pessoas pensam dele, e sabe por que? Pelo simples fato de que isso é normal. Sim, pois como eu disse, o contra-senso é senso comum no meio de todas essas pessoas pálidas. E o que poderemos fazer se esse tipo de atitude e tantas outras fora do senso são incentivadas diariamente pelos canais de televisão? Meu amigo, isso espalha feito doença, vermes de qualquer mosca sobre a merda tem mais dignidade que a maioria desses seres humanos. E em alguns aspectos, todos estão inclusos nessa dança, até mesmo esse idiota que escreveu o texto.
 
 

   

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Seres pequenos, com cheiro de vida

Quando se tem tempo para si mesmo, acaba encontrando lugares que jamais foram explorados. Muitas vezes esses recantos são pequenos fragmentos de um só ser, de você, do tudo ou nada.


Um rapaz jovem, alcoólatra e cheio de sonhos. Vivia em um conto de fadas. Amava uma garota, aquela que prometerá o céu, tão bela e límpida quando seus olhos castanhos, que combinavam com os troncos das árvores que gostava de olhar. -  As vezes você tem que andar com passos mais firmes na escuridão, o medo vai embora quando invocamos algoz da coragem, ou muitas vezes o melhor é parar e observar o caos das moscas, que brigam entre si, por um pedaço de merda-. Ele nem sabia disso, era jovem demais, pretensioso e feliz. Como todo ser feliz, não se importava com o que diziam, com o que fazia e por onde diabos estava andando. Só queria se auto-satisfazer e isso era o seu limite, ninguém pode dizer que não é – Era complacente de todas as dificuldades ao seu redor, mas o que realmente importava era o amor de sua amada, suas tranqueiras acumuladas, seus sonhos feitos de papel, isso era o que trazia proteção e graças a isso, o tornava invencível-.



Circulava por trás de becos, ele parava em bares, assistia a shows de rock, cantava com amigos, discutia sobre o mundo, quebrava garrafas e pedia desculpas para o Barman. Era como um poeta profissional, não praticamente. Olhava para lua, desenhava o mundo e o jogava fora no mesmo olhar. – Todos podem fazer isso, mas só aqueles que sabem sentir, entendem o significado - Quando perguntavam se Deus existe, à única respostas que vinha a cabeça é, tudo pode ser possível.

Um morador de rua, segurando uma toca, apelidava de guardadora de ideias. – Essa cidade é cheia de sonhos, de pensamentos mirabolantes, cheia de pessoas, robustas de insegurança, tão lindas, tão estranhas e perigosas – Ele oferecia piadas em troca de alguns centavos. Nosso jovem não tinha dinheiro naquela tarde, mas contou uma piada em troca de um sorriso do mendigo e os dois riram juntos. Era um momento único, eterno, e ficou na memória dos dois até o ultimo dia de suas vidas.

  Mal percebeu o jovem, ao voltar pelo seu caminho, que agora teus olhos estavam sozinhos, como se fosse roubado o brilho. Sua amada teve que viajar, nunca mais voltou, não mandou cartas nem mensagens por celular – Era só mais uma manhã, mas o café não era mais igual, só era mais do mesmo -  Mas o jovem não morre, ele permaneceu jovem, mesmo depois que as rugas tomaram conta de seu rosto. Não se preocupou em procurar uma janela que lhe mostrasse um novo brilho. Ele permaneceu intacto, segurando uma rosa nas mãos e os pés na corda, que bambeava e bambeava.


 Mesmo que nunca mais esqueça aquele brio, olhar singelo e sorriso elegante e inocente, a vida não parou. Até hoje continua contando história para os mendigos e também para as grandes platéias, alimentando uma porção de cérebros repetidos.

  - Embaixo do tronco de uma árvore, formigas mostram silenciosamente os segredos da humanidade -