De repente sentimos uma angústia
que geralmente chamamos de saudade. Mas o telefone parece que não querer
conversar mais. Nesse caso não colocamos nossos dedos no teclado numérico, com
medo de que nossa saudade seja abafada. Deixamos morrer com o tempo nossa
vontade e tudo parece ser normal. Assim é mais fácil, da forma mais dolorosa,
mas é mais fácil e eu não sei se existe outra maneira. Vamos deixando com que o
tempo varra e cubra nossas trincheiras, plantaremos rosas por cima, para
relembrarmos dos velhos tempos e brindaremos sozinhos olhando as estrelas nesse
futuro incerto. Pedimos por isso e pagamos por isso e nada mais parece ter
sentido desde então. Mas o tempo, ele não para, como diria o nosso poeta. A vida
é tão vaga quando não tem sentido e pior ainda é quando esse sentido está
vagando para o infinito, onde não podemos mais tocar, onde não podemos fazer
mais nada além de acenar e dizer adeus para tudo que conseguimos.
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