sábado, 4 de abril de 2015

O bar mais solitário da cidade


E então procuro meu lugar, meio deslocado, meu pragmático. Sigo um caminho, tentando encontrar uma reta ao meio de tantas curvas. Paro em um bar, a música está tocando, não é boa mas é a única que tem. Pessoas descartáveis na minha frente, de um lado um cidadão catalogando quantas garotas ele já levou para cama no último mês, em minha frente uma dupla de casais bem típicos, que quando as mulheres levantavam para ir ao banheiro, os homens ficavam se contorcendo de ciúmes, devido aos vestidos curtos, que na verdade, nem são tão curtos assim, mas para eles era uma questão de vida ou morte.

Entre um trago e outro, observando a impureza e futilidade de todos, é que me lembro de tudo que deixei para trás. É difícil lapidar uma pérola, é delicado demais para minhas mãos desastrosas e por isso a perdi.
Enquanto as pessoas alimentam suas certezas ao meu redor, eu adubo minhas dúvida e me afogo feito um alcoólatra . Mas em caso de dúvidas, sigo em frente, a tormenta é relevante, pingo por pingo enche um oceano, do qual nadamos sozinhos. A correnteza é amarga e não existe remédios ou antídotos que nos cure desse marasmo.

Essa noite eu fui no lugar que frequentamos por muitas noites. Foi uma tentativa de suicídio eu sei. Mas preferi ir sozinho, ficar olhando o lugar em que costumávamos sentar e ao redor daquele acento, estava esse monte de gente, tão banais, tão diferente de seu sorriso, de nossas ideias. Pensávamos em conquistar o mundo, mas agora o que resta é me salvar, pois já não tenho notícias de você.



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