sexta-feira, 8 de maio de 2015

Uma noite sem sonhos

Só mais uma noite, e essa cidade grande e vazia, por dentro, se torna um labirinto de ambulantes desconhecidos. Agora de uma música que nem toca mais no meu rádio. Ele está quebrado. O espelho reflete o eu sozinho, sem ninguém, sem você. O Culto à própria personalidade fracassa novamente. Uma voz que me diz que para sobreviver é preciso se esconder. O teto está prestes a cair e o cinzeiro cheiro mostra os sinais letais de toda a dor. Alguns remédios são necessários. A propaganda diz que te salva, eles tomam suas últimas moedas e saem dançando e comemorando seus vícios, procurando outros corações despedaçados para lucrar.


E então agora eu posso admitir ter sido um exagero, desespero eu sei. Tentei interpretar de várias maneiras e agora deixo meu corpo à deriva, evitando a tragédia circular, a procura de um recanto e procurando por fim, a felicidade incondicional, de viver sozinho, sem ti, pra sempre.




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