Nos últimos meses eu tive um crise de tosse séria, fui ao farmacêutico e ele me receitou um xarope que não melhorou em nada, então fui ao médico e ele não detectou nada de anormal comigo. Me senti perdido naquele momento, o médico então receitou mais remédios que acabou por amenizar mas não curar o meu problema. Por um instante coloquei-me no lugar de alguém que tem uma doença incurável, você tenta e tenta, mas só consegue amenizar as consequências daquilo que te mata aos poucos. Lutar contra algo sem ter a perspectiva de sucesso é uma coisa horrível. Se a vida foi feito para vencermos as dificuldades, qual seria o seu sentido se já tivéssemos nossa derrota traçada?
Em meio a esse indagamento prossegui pelos dias e as crises de tosse continuavam e as pessoas próximas a mim diziam – Você tem que parar de fumar, isso está te matando – Por um minuto pensei em pedir mais algumas dicas para essas pessoas saudáveis, no outro minuto eu resolvi permanecer calado, mas eu sabia que elas não estavam tão saudáveis assim. Elas se sentiam mais vivas e saudáveis ao me ver mal daquela forma. É como se elas fossem sobreviver ao tempo e as doenças, a gordura que está sendo injetada em seus corações todos os dias, a insônia e suas crises depressivas recheadas de anfetaminas para conceder uma sensação de felicidade, ao câncer que brota dos fertilizantes, ao ódio que nasce das pessoas.
Por um momento eu me coloquei ao lado delas e elas no meu. Elas se sentiam bem por não ser eu, e eu muito bem por não ser elas.
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