sexta-feira, 2 de junho de 2017

As pessoas vão embora,
fogem para caminhos aleatórios no meio do nada,
simplesmente por que elas dizem que tem que ir e não há nada que possamos fazer para detê-las.
E então a gente se senta na mesa
e nos apresentamos para as respectivas despedidas
um último brinde, para isso que nos restou, um final plausível digno de nossa história.
Anos de vida para relembrarmos naquelas últimas horas,
para enfim, sepultarmos tudo nessa noite, finalmente o fim.
E nós nos abraçamos e dissemos que não iriamos deixar isso morrer
e que vamos se ver em breve
mas a gente sabe que
estamos mentindo para nós mesmos não?
Que sacrilégio fazemos com nossa consciência,
ludibriamos assim uma expectativa, para nos sentirmos menos pior,
assim deixamos nossas lágrimas contidas em nossos pálpebras
e esquecemos
que mais um ciclo da vida se partiu nesse exato momento,
e talvez
o mais solene de nossa história.

o cordão umbilical está solto mais uma vez
e agora
não tenho muito tempo para aguardar, mas
agora só um momento
preciso de uma garrafa
preciso
ter um desejo
preciso
de uma noite de prazer intenso
agora estou
pronto, ou quase
para partir
para o fim,
que é o momento
onde tudo isso
começou. 



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