sexta-feira, 19 de junho de 2015

Alguma coisa sobre desperdício



O tempo anda passando rápido demais, acho que para vocês também. Não vejo muitos problemas quanto a isso, é inevitável ver os ponteiros disparando a sua frente e as latas de cervejas sendo jogadas na lixeira, e o dia cheio de problemas, duplicando novos problemas, freneticamente. Chega uma hora que tudo parece estar inerte, você vai levando a vida do jeito que dá. Passei por algumas decepções nessa vida e ainda passo, todos os dias penso que o mundo está conspirando contra mim, mas muitas dessas vezes é um exagero ou simples modo de falar. A pior coisa é quando nos decepcionamos com outras pessoas, é um sentimento sem escrúpulos. Eu já vi alguns filmes da minha vida real e sinto que eles estão prestes a se repetir. Pessoas normalmente não tem pudor algum, nunca se pode esperar muito dos seres humanos, mas isso você tem que imaginar antes que aconteça, mas sempre damos mais uma chance, mais uma moeda para a vida, mais uma brecha para a repetição, para o diabo tomar conta das coisas; mais uma oportunidade para um copo cheio de uísque e tristeza sobre a mesa.


Estou me acostumando a viver enquanto vejo amigos morrendo. A maior parte deles estão casando-se com as pessoas que não amam; casam simplesmente para fugir de uma prisão, a prisão da obrigação, ser um bom cidadão em um lugar sujo, rodeado de baratas e ratos roedores com roupas de algodão. Depois levam a vida de qualquer jeito, trepam, fazem filhos, viram adúlteros, vão aos jogos de futebol, a sinuca, a farmácia, as filas de supermercados, aos bancos, eles gostam de tudo isso. Eles gostam de tudo que seja entediante, deve ser fácil viver desse jeito, por isso vivem com aquele olhar sem brilho, sempre empurrando a vida ladeira abaixo, um dia a mais, com um sorriso pacato, rumo ao abismo, sem perceberem que isso não faz sentido e se por acaso algum dia fizer, já será tarde demais.


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