Luis acordou bem cedo na manhã de
domingo, tomou banho, escovou os dentes, penteou o cabelo, tomou seu café da
manhã se alongou e partiu. Caminhou até o quintal, encontrou sua velha companheira, uma
bicicleta já com seus 4 anos de uso e uma fiel escudeira em inúmeros momentos
presentes em sua memória. Sua mãe vivia dizendo para ele jogar aquela bicicleta
no ferro velho, pois ela haveria de lhe dar outra, mas ele sabia que ele não se
sentiria melhor tendo uma nova bicicleta, jamais achará que a troca do velho
pelo novo, substitui sentimentos e memórias, por isso sempre que sua mãe falava
para ele se desfazer da velha bicicleta, ele se esforçava para mudar de assunto
e assim prosseguia por mais um tempo com sua inseparável companheira.
Ao sair pelo portão, Luis montou em sua bike e foi pedalando rua afora, passou pelo seu seu Zé na porta da farmácia, que por sua vez acenou dizendo um bom dia alto e claro como o céu, boa parte das pessoas que estavam à volta de seu Zé ficaram encantadas pela tamanho de sua cordialidade.
O sol brilhava intensamente naquela manhã de outono e aquilo animava Luis. Quando passou pela praça do centro da cidade, viu Alice, uma menina que ele gostava desde quando a virá pela primeira vez no colégio. A menina que estava presente em sua cabeça todas as vezes que ele se deitava para dormir. Ele nunca revelou seus sentimentos para ela, tinha vergonha de si mesmo. Ficou então parado com a bicicleta a observar e percebeu que Alice estava acompanhada, um garoto se aproximou dela e ofereceu um copo de limonada e a beijou e em seguida sentou ao lado dela. Não era bem a visão que Luis queria ter tido, não era bem o que seu coração esperava ter recebido depois de ter sido banhado pelo sol de outono naquela manhã. Não era bem o que Luis sonhava todas as noites quando pensava em Alice, em nenhum momento foi assim que ele esperou tanto para chegar até onde chegou. Pensou então que não deveria ter andado de bicicleta nessa manhã.
Meio trêmulo, meio triste, meio desanimado. Luis começou a pedalar mais uma vez, já não tinha muito ânimo para terminar o dia, mas ainda sim seguiu, agora as coisas não mudariam se ele voltasse para casa. Desceu assim por tantas e tantas ruas, subiu ladeiras, derrapou nas curvas, pedalou rápido e mais rápido deixando o vento bater e esfriar seu coração. Não seria fácil esquecer, ele sabia disso, aquele cena de Alice com o garoto desconhecido tornaria a partir daquele momento, o pesadelo de todas as noites.
Luis resolveu parar por um instante, sentou-se debaixo de uma árvore e olhando a grama pensou seriamente o que seria de sua vida se não houvesse o amanhã. Certamente se não houvesse o amanhã o hoje não teria mais importância. Não tendo o amanhã significa não haver consequência do hoje e se não existe consequências, também não haverá penitências nem remições. Por outro lado, sem o amanhã ele perderá a hipótese do novo e isso se encaixa até para sua velha e estimada bicicleta, que haverá de ser trocada por uma nova em determinado momento do amanhã. Luís percebeu que é necessário a existência do amanhã para renovar o ciclo, mesmo sabendo que ele chorará algumas noites por causa de Alice, mesmo que ele sentirá falta de sua bicicleta depois que essa realmente não aguentasse mais andar e mesmo sabendo que o amanhã pode durar três, sete, ou até 20 'hojes' para chegar.
Luis começava ali, debaixo daquela árvore a entender que a vida existe para ser aceita, mesmo em seus aspectos mais frios, negativos e destrutivos. Somente quando ele aprender a aceitar o mal como bem e o bem como bem, poderá então evoluir e sentir realmente melhor, maior e por fim, completo.
Ao sair pelo portão, Luis montou em sua bike e foi pedalando rua afora, passou pelo seu seu Zé na porta da farmácia, que por sua vez acenou dizendo um bom dia alto e claro como o céu, boa parte das pessoas que estavam à volta de seu Zé ficaram encantadas pela tamanho de sua cordialidade.
O sol brilhava intensamente naquela manhã de outono e aquilo animava Luis. Quando passou pela praça do centro da cidade, viu Alice, uma menina que ele gostava desde quando a virá pela primeira vez no colégio. A menina que estava presente em sua cabeça todas as vezes que ele se deitava para dormir. Ele nunca revelou seus sentimentos para ela, tinha vergonha de si mesmo. Ficou então parado com a bicicleta a observar e percebeu que Alice estava acompanhada, um garoto se aproximou dela e ofereceu um copo de limonada e a beijou e em seguida sentou ao lado dela. Não era bem a visão que Luis queria ter tido, não era bem o que seu coração esperava ter recebido depois de ter sido banhado pelo sol de outono naquela manhã. Não era bem o que Luis sonhava todas as noites quando pensava em Alice, em nenhum momento foi assim que ele esperou tanto para chegar até onde chegou. Pensou então que não deveria ter andado de bicicleta nessa manhã.
Meio trêmulo, meio triste, meio desanimado. Luis começou a pedalar mais uma vez, já não tinha muito ânimo para terminar o dia, mas ainda sim seguiu, agora as coisas não mudariam se ele voltasse para casa. Desceu assim por tantas e tantas ruas, subiu ladeiras, derrapou nas curvas, pedalou rápido e mais rápido deixando o vento bater e esfriar seu coração. Não seria fácil esquecer, ele sabia disso, aquele cena de Alice com o garoto desconhecido tornaria a partir daquele momento, o pesadelo de todas as noites.
Luis resolveu parar por um instante, sentou-se debaixo de uma árvore e olhando a grama pensou seriamente o que seria de sua vida se não houvesse o amanhã. Certamente se não houvesse o amanhã o hoje não teria mais importância. Não tendo o amanhã significa não haver consequência do hoje e se não existe consequências, também não haverá penitências nem remições. Por outro lado, sem o amanhã ele perderá a hipótese do novo e isso se encaixa até para sua velha e estimada bicicleta, que haverá de ser trocada por uma nova em determinado momento do amanhã. Luís percebeu que é necessário a existência do amanhã para renovar o ciclo, mesmo sabendo que ele chorará algumas noites por causa de Alice, mesmo que ele sentirá falta de sua bicicleta depois que essa realmente não aguentasse mais andar e mesmo sabendo que o amanhã pode durar três, sete, ou até 20 'hojes' para chegar.
Luis começava ali, debaixo daquela árvore a entender que a vida existe para ser aceita, mesmo em seus aspectos mais frios, negativos e destrutivos. Somente quando ele aprender a aceitar o mal como bem e o bem como bem, poderá então evoluir e sentir realmente melhor, maior e por fim, completo.
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