domingo, 15 de dezembro de 2013

Pombos comem sonhos



Todo o dia, o tempo todo,
Eu agarro meus sonhos entre minhas mãos,
Mas sinto que eles escapam pelos meus dedos.
Por que é tão difícil perceber que já está tão tarde.
Mas se você me chamar pra fugir contigo outro vez,
O que vai ser de mim daqui alguns meses?
Quantas incertezas de uma só vez, brigar e lutar para chegar aqui e agora precisamos de ter autocontrole e não simplesmente fugir.
Estamos nos separando em mil pedaços, mas sempre ficamos no mesmo pote, nunca longe o suficiente de nossos corações.

Sonhos sendo disputados por pombos na praça da sé,
Uma comoção animal e nós fingimos deixar de lado sem perceber.
Eu ainda quero entrar na disputa, mas não quero um sonho como tantos por ai, só quero encontrar o melhor recanto para morrer em paz.
Essa tarde eu vou sentar e ouvir Stiff Little Fingers,
Tenho andado tão inquieto,
O tempo vai passar,
As nossas vidas vão mudar.
Nossos caminhos tomaram rumos diferentes,
Fomos tolos, pois crescemos com tão pouca alegria.
Chegaremos no dia em que tudo será colocado em cima da mesa, mas eu prefiro pensar que isso nunca vai acontecer, me faz bem mentir para mim mesmo.

Eu queria poder escrever as coisas mais bonitas pra você,  transformar um dia triste em feliz, eu queria ter todo esse poder só pra te fazer sorrir.
Mas é aqui é assim mesmo, tenho certeza que eu não sou o único que gosta de ficar embaixo das cobertas em um dia de tempestade.  
Me vale bem mais saber que tudo isso aqui tem valor, pois eu não luto envão.
Mas vamos parar de nos preocupar nesse instante, pegaremos essa estrada agora mesmo, no meio da madrugada.Deixaremos o vento cantar nossa música preferida, no vácuo de nosso ouvidos, melodia que conhecemos mais do que nós mesmos.


sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Um todo e um paradigma

E aquele que acha que vencer é tudo, é o mesmo que não vê a glória de chorar. Aquele que procura um lugar para se esconder, mas não deixa ninguém  nunca deixa alguém ver. Anda sempre em frente, estufando no peito um coração que não mostra a ninguém. Esses são sempre os mesmos; Aquela gordinha que se julga incapaz de tudo, mas esquece de olhar no espelho e encontrar o belo rosto que tem. É o mesmo garoto revoltado, cheio de tatuagens e com fama de mal. Se mata nas esquinas á beber, mas sempre procura o ônibus mais rápido para voltar, pois sozinho em sua cama ele se encontra mais. É aquele engravato com cartão de crédito sem limite, que consegue comprar tudo à vista, menos o coração que há tempos perdeu de vista.

  Nem todos querem ganhar o pouco que não tem. O que você quer, o que você faz, ainda não justifica. O que vão querer ainda não tem nome, nem forma; não se compra e nem se troca, mas se encontra naquele olhar, que esquecemos de contemplar. Não é uma competição; não é um jogo de perdedores, mas sim à utopia que não se encaixa entre mais puros desejos. E com os pés nos chão, eles abrem as mãos, cheios de boas intenções, mais vivem presos, em uma procura sem fim, de um alguém que possa vos libertar.



terça-feira, 19 de novembro de 2013

A casa dos cegos

   História repetida de um mundo que só condena. Todo um marasmo na forma de um globo. Todo sangue derramada em pró á hierarquia dominante. Todo pobre massacrado, todo negro escravizado, toda a fé desperdiçada. Os seres mais perfeitos da terra já não existem mais, deixaram para nós os resquícios de perfeições e organização, que apesar do tempo se encontram inalteradas. No Peru, na Bolívia, na Grécia, entre outros tantos lugares, onde podemos ver os restos de civilizações que marcaram o espaço até que acabaram por serem extintas, devida à ignorância e promessas mentirosas de seres humanos interesseiros, que vieram na intenção de ter o poder.

    Vide a nova Bolívia, um dia foi a mais rica em matéria-prima e hoje é cercada de pessoas que querem sair de lá, sonhando em construir uma vida melhor. Saem de lá às pressas, cheios de sonhos e olhos cintilantes, mas caem em terras paralelas e acabam sendo escravizados por seres intelectualmente inúteis. Pessoas de origens duvidosas, mantendo todo o poder oligárquico e seu dinheiro sujo a base da escravatura de vidas, que nasceram sem direito há absolutamente nada. É muito fácil tomar a vida daquele que já nasceu sem.


 Para nós aqui, sobra um pedaço do caos, as ruínas de um lugar qualquer, remanescente do que um dia foi um lugar perfeito. Pedaços e fragmentos de amor, nós ainda podemos ver. Mesmo que tudo esteja sujo demais para acreditarmos em nossa libertação. Mas o carinho ainda se encontra nas vielas, no azedume da cidade entre a vitrine e mendigo, entre o lixeiro e o empresário e entre os carros luxuosos e as carroças de rua.
Mensagens que são estampadas todos os dias, publicidades e pichações questionam nossa harmonia, nossa educação e o bom senso que nos falta. Mas isso já não nos envergonha mais, pois nosso estado esnobe agora é impercebível. Onde estamos chegando, onde estamos parando... Destruir, matar, comer e saciar essa fome inexistente, levando ao holocausto tudo que não temos o direito de mexer.

   Agora conte uma história para dormir. Esse barulho da cidade e o ruído da mente, faz com que seja impossível pregar dos olhos em um sono profundo. Cante uma música, tão bela e triste quanto aquela criança pedindo esmolas com rosto de anjo. Mas por favor, não conte uma história de terror, como daquele mendigo e seu fiel cachorro, que estavam revirando a lixeira hoje pela manhã.
 Não vamos ser tão radicais assim, nem falar de coisas tão reais, quando não temos sequer o bom senso para apontar e buscar as soluções para essas lágrimas tão sofridas e gemidos abafados, que tomam conta da paisagem suburbana de nosso mundo.
 


   Quieto e amedrontado, eu estou no aguardando o fim de nossa cegueira.



domingo, 27 de outubro de 2013

Muito mais do que palavras ao vento



   Mais uma vez às caixas acústicas deste aparelho, nocauteiam minha mente com suas ondas sonoras. Me faz ir até o lugar que eu realmente queria estar. Garanto friamente que não é fácil administrar quilômetros, muito menos um coração abalado, que bombeia sangue todos os instantes. Mas existe algo que me mantém aqui, que me faz acreditar e me deixa ser mais forte do que ontem. Talvez esteja vinculado com a fumaça de nossas cigarros, que entre quatro paredes nos rodeia, entrelaçando nossos corpos e fazendo uma dança minuciosa sobre nossas beijos, sempre impulsionada por nossa transpiração. Esse desenho mágico, mostra para nós muito mais do que um tabagismo barato. Esta névoa branca, que se junta para lotear os cantos de nossa alcova, faz com que tragamos aos nossos pulmões à vida que há muito tempo não se sentia.

   Mas segure-se, turbulências sempre vão existir, é o preço que se paga ao se entregar. Ao passar desses anos aprendi que corações de pedra não sentem dor. Sorte daqueles que tem este órgão petrificado, pois eu descobri que o meu bombeia sangue todos os dias, precisa de ar e sofre com descuidos e falta de carinho.
Mas pensar em uma perspectiva a longo prazo, me deixa eufórico e receoso. Se eu conseguir manter seu sorriso para sempre ao meu lado, terei os melhores anos de minha vida garantidos. Se o seu brilho no olhar acompanhar minhas olheiras, me fará renascer a cada manhã. Se o toque macio de suas mãos continuarem há ultrapassar os limites de meu corpo, terei à certeza de que não há mulher mais perfeita neste mundo.

    Minha querida, não pense que eu jogo palavras ao ar, se lhe machuquei mantenha-se em controle absoluto, pois estou construindo uma casa, que ainda vai demorar para ficar habitável. Dentro dela existe muita poeira e estilhaços pelo chão, mas com o tempo brilhará feito nova. Será uma obra pronta para eu te entregar e estendendo as mãos vir à lhe dizer; - Isso aqui eu fiz para você, é humilde mas renovada, aqui está um pedaço de mim, que se você quiser ficar, será a sua casa, modesta e aconchegante, como os lares mais puros e felizes que nos dias de hoje pode existir.

   Agora não me pergunte o porquê, simplesmente aceite isso como um presente por ter transformado um batimento cardíaco empedrado em sangue corrente. Me trouxe vida do dia para noite e agora, só me faz olhar para frente, ao mais belo horizonte que eu quero tocar. O passado nunca mais poderá me deter.
     
         Para K. Marques





quinta-feira, 24 de outubro de 2013




 A noite sempre vai ser o melhor momento do dia para descansar, refletir, planejar, chorar, meditar, relaxar, relembrar, esquecer, sonhar e perdoar.








 

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Poetas de calçadas

   Quanto custa para acreditar, nunca pensei que fosse tão difícil confiar. Não imaginei o quão desgastante é inclinar-se e deixar meu corpo pairar. Não existem alucinógenos que lhe traga de volta à calma e a segurança sobre si, quando à mesma encontra-se em um estado de decomposição. Seu espírito lhe consome, te degusta e lhe cospe, como um trapo; um resto que só você entende o porquê foi rejeitado.

   Quanto mais longe está o abismo que você saiu, mais próximo está um novo. Isso é apenas um guia , de uma  estrada criada por você mesmo, lotada de buracos, recheada poetas de calçadas e comediantes baratos. Eu sei que viver ao meio do que sobra disso aqui, lhe torna um artista. Mas quanto vale o melhor concerto que eu posso apresentar, sendo que não haverá ninguém para aplaudir...

  Será por fim um palhaço triste, tentando animar singelos momentos. Euforia limitada, que lhe é arrancada quando você não espera. Pobre de tu, se ficastes no primeiro abismo, não afundaria no segundo; não choraria dobrado; não acreditaria no que é inacreditável.
Toquem os sinos, o natal está chegando, com ele trazem as boas vindas.  Dizem que vem um novo ciclo, mas a sua alma continua à mesma e já não se anima com o folclore aclamado por todas as outras almas. 




segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Atalhos para lugar nenhum

    Em tempos cada vez mais distantes, nós, seres humanos comuns, corruptos por natureza e ostentados pela ambição de lucrar, continuamos sendo os mesmos.  Vivemos alucinação de suportar o dia-a-dia, onde os mais amparados conseguem os melhores remédios e tratamentos.
Quem sou eu para julgar os egoístas que caminham por essa selva de pedra, tão clichê quanto acreditar que à alegria só existe quando é compartilhada. Mas não existem dúvidas que essa frase feita é a mais sincera, porém incompreendida de todos os provérbios.

    Me lembro de uma metáfora, dita nos bairros mais humildes que possa existir, cujo autor nem reparou nas palavras que usou. Anunciando sua saída, perguntou ao taxista – Em qual eu chego mais rápido, Paraíso ou Liberdade... referiu-se  as estações metroviárias da Cidade Cinza...O taxista informou o destino mais célere, sem perceber à incoerência simbólica traduzida em palavras. Já eu, parado ao seu lado, nada falei... Deixei a fumaça de meu cigarro tomar conta de minha face, juntamente com uma reflexão profunda em minha mente, que nada respondeu naquele instante... 
   O tempo passou e eu ainda estou tentando desvendar qual caminho, entre Paraíso ou Liberdade, é mais rápido no ‘Tic Tac’ de nossas vidas.



terça-feira, 8 de outubro de 2013

Na casa dos desvairados

    Aquele momento que você quer clamar tão alto, para que o mundo ouça o desafogar de seu desespero. Que o eco faça seus desafetos despertarem de seus sonhos mais belos. Para que o mundo veja que você não consegue de forma alguma entrar em seus padrões complexos e ilusórios. A perfeição tem seu preço exorbitante. Enquanto isso à vida vai passando, carregada de medos, te golpeando, mastigando-lhe e triturando-te... você já apanhou bastante por hoje, até amanhã, tenha uma boa noite, eterno cliente do reino do caos.    
    Você não se sente bem com sua estética, nem mesmo com seus dotes. Você é um fracassado, sua inteligência e experiência de vida não servem de nada. Nunca conseguiu ser confiante em si, mas eles querem que você seja atrevido... porque você não consegue?...Seu medo sanguinário, de ser deixado para trás, medo de uma traição por não se encaixar nesses padrões, medo de perder todo seu miserável destino para o próximo.
    Mas porque raios estamos aqui. Como pode esse monte de mentes vazias, pensarem que são sapientes. Será que sou o único lúcido nessa masmorra? Ou já estou dentro de um sanatório, mas não consigo perceber que faço parte dos desvairados...

sábado, 28 de setembro de 2013

Escolhas, provas e promessas

   Procurar algo para se apegar, antes que a correnteza me leve para longe daqui. Oh minha querida, você nunca via perceber o quão mal me faz, um minuto de sua desatenção. Não posso consignar minha cegueira e convicção, em algo que não me deixa repousar tranquilamente.
Minha cama não é mais há mesma já faz um tempo, ela passa os dias desarrumada, esperando pelo momento que vou dar atenção para ela. Mas prefiro repousar nela da forma que se encontra, não quero sair enquanto você me trazer toda essa insegurança. Não posso viver se não acreditar que tudo está bem...

   Oh minha querida, não foi de minha intenção lhe deixar pra baixo, mas você sempre apronta algo que me deixa na dúvida se devo ou não estar aqui. Minha amada, liberdade não é quebrar ás barreiras em sua frente, mas sim 'algemar-se' com aquele que lhe ajuda a ser livre.

   Agora escute pequena princesa, posso parecer um psicótico aos teus olhos e você tem toda razão em pensar assim. Porém, se isso acontece hoje, é porque sinto uma sensação que há anos eu não sentia. É um coração pulsando lentamente, é leve porém muito agressiva. Não deixe ele se afugente e volte para o buraco de onde veio. Você é a única que pode ampará-lo, mas ainda existe o medo de que você possa esmagá-lo. Talvez esse seja o meu maior tesouro, ele está em suas mãos. Cuide com carinho, pois talvez esse seja a ultima migalha que me resta e se um dia eu não sentir mais teus sinais, farei a vida acostumar....



''rid lies burn the stitches that held your eyes shut vacate and wonder rid time take off reminders and strive to shine you said you've got it and i believe that you've got it and that you'll survive our heart''
                                                                             Manual; Hot Water Music'


terça-feira, 24 de setembro de 2013

Bem mais longe que os olhos

   Medo de machucar aquilo o que não lhe faz mal. Mente insana, vendo o que não está lá. Humilde alma sonhadora, por favor olhe para os lados e tome cuidado, o que parece ser o fundo do abismo pode tornar-se mais um vão.

   Agora  pode gritar à vontade, com a certeza absoluta de que não será ouvido alguém.
Bem mais longe que os olhos vamos ficar, até que alguém se canse de esperar.
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sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Ciranda do tempo




    Jovem criança , que corre; que brinca e que dança; Dance como se a vida fosse eterna, na dança dos dias descobrirá o que lhe espera. Seu futuro ainda é um enigma, faça sempre o que eu disser, jamais o que eu faria. Com tudo isso ainda  tu ainda és um lindo broto, em uma horta imensa e produtiva, que deverá ser selecionada por mãos ainda desconhecidas, que podem te levar para qualquer lugar e  decidirão para onde você vai dançar no póstero amanhã.