domingo, 19 de julho de 2015

Da série: Um lugar onde a política não foi contextualizada.




Anda acordando muito cedo normalmente, parece que meu horário de sono está pré-condicionado a despertar e os pensamentos borbulham minha mente, me impedindo de voltar aos sonhos. Sonhos que nem sempre são bons é verdade, mas para viver o dia é necessário passar a noite com eles. Logo me levanto, faço um café e me sento sobre a mesa, pronto para descarregar tudo sobre o teclado e dessa vez não será sobre o que vocês já estão acostumados.

Nos últimos dias venho observando as pessoas e como elas reagem a determinadas ocasiões. Pessoalmente e também pelas redes sociais da para se notar uma superficialidade sobre os pensamentos e valores de cada pessoa.  Alguém compra um carro, outro alguém vai querer um melhor. Alguém compra um celular bom, outro conta vantagem do aparelho que já tem, ou a vantagem daquele que quer comprar em um futuro próximo, como se no fim isso fosse definir o caráter de alguém.
Normalmente quando conseguimos adquirir o que tanto desejamos, logo vamos precisar de um novo desejo e normalmente será material, pois estamos pré-condicionados a desejar somente o que o dinheiro pode comprar e assim subsidiamos produtos e penhoramos desejos e anseios próprios, afim de garantir uma legítima e falsa satisfação pessoal.

Mas não se pode culpar, julgar e nem generalizar essas pessoas, são vítimas e amam ser vítimas desse tipo de conforto e seria aterrorizante tentar convencê-las do contrário. Porém existe ainda uma parte que está abaixo dessa classe  de consumo e desejo. Uma parte que não consegue comprar celular e nem carros e as vezes nem o arroz para servir a mesa.  Algo que aprendi durante a vida é que a maior parte das pessoas que compõe essa sociedade são sabotadas para benefícios de poucos. Sim, nosso ensino público é limitado perante ao ensino particular. Trabalho vendendo livros e já vendi livros para quinta série do ensino privado, que nem sonhava em compreender no terceiro colegial do ensino governamental. É uma sabotagem coletiva do qual essa maioria sairá muito atrás no mercado de trabalho, e então essa maioria será obrigada a entrar para as máfias de cursinhos e preparação para provas de vestibulares, coisa que aquela minoria já está pronta para fazer há muito tempo.
 
Já o problema maior é que essas pessoas com alma e coração  nem sabem que estão sendo sabotados e as vezes pior, sentem-se culpados por serem pobres e por não conseguirem o mínimo para ser aceito como um cidadão nessa sociedade desigual.

Em mais de 2000 anos vejo como inadmissível existir miseráveis no mundo, espero que até os próximos 2000 anos possamos nos curar.

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