Em um bar dois homens dividiam a cerveja e um deles
angustiado despejava todo o sentimento e a tristeza que padecia sobre
seus pensamentos. Depois de alguns momentos, o outro que ouvirá
calado o tempo todo, se levantou e disse que precisava ir embora.
— Mas está cedo, não tomamos nem 3 garrafas, retrucou o amargurado.
— Desculpe mas tenho algumas coisas para resolver, espero sinceramente que melhore seu ânimo, por que não esperimenta ir em um casa noturna?
— Vou
pensar nisso, respondeu após uma pausa.
E
então partiu. O primeiro homem continuou por alguns minutos na mesa
daquele bar, pediu uma dose de Rum para acompanhar. Não queria
voltar para casa pois era lá onde encontraria seus pensamentos
ruins, seus sentimentos jogados ao chão e também ao teto de seu
quarto, todas as vezes que fosse se deitar na cama. Os amor, o rancor
e a tristeza faz com que tenhamos medo de nossa própria casa, pois é
lá onde muitos desses pensamentos costumam se manifestar, no âmbito
de nossa solidão particular, um luxo que nos foi concedido e devemos
ter gratidão por essa graça.
Virou
a dose de uma vez só, pediu a conta, pagou e não esperou pelo
troco. Ascendeu um cigarro e saiu caminhando pela rua. Por vias do
destino apareceu uma casa noturna e uma moça muito sedutora com um
vestido preto chegou próximo a ele e disse:
— Está
perdido por aqui? Não quer entrar e beber algo comigo?
O
homem sabia que aquilo era um convite, olhou para os olhos dela e em
seguida abaixou a cabeça e disse.
— Fica para próxima, mas obrigado.
A moça do prostíbulo observou e nada mais acrescentou, certamente ela perceberá os olhos frios daquele homem quando com os dela se cruzou, pois ela também tinha sentimentos, também sofreu por amor, por perdas, por danos, era esse o mundo em que os dois viviam. Derrotados por nascença e condenados a viver daquela forma, sejam em prostíbulos ou escritórios, não havia grandes diferenças, era o mesmo mundo para os dois e pra todo o resto da humanidade.
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