Por mais que o mundo possa me achar
um chato e de fato eu já assumi a identidade, talvez eu olhe demais
e deduza muito como o meio social constrói o seu convívio. Eu não
faço por mal, gosto de observar mas não vou tocar, não vou mexer,
não vou alterar o futuro das coisas, mesmo que o futuro seja ruim
sobre minhas vistas. Eu já passei muito tempo tentando aparar o
cabelo das pessoas então hoje eu vejo mais, escuto mais, escrevo
mais e falo menos. Aprendi então que os seres humanos se empenham e
dão seus 'jeitos" para muita coisa. Esforçam-se para acumular
e acumulam um monte de lixo e se esquecem que nada levaram no final,
mas o consumismo é o primordial para uma suposta vida sadia que eles
desejam ter. Olham demais para seus celulares e se esquecem de olhar
para a lua, quando a mesma aparece todas as noites para nos
contemplar com seu espetáculo gratuito. Mandam mais mensagens do que
conversam pessoalmente e por mandar tantas mensagens demais, logo
olham demais para baixo, se esquecendo de olhar para os lados e por
não olhar para os lados, logo não encontram outras pessoas.
Não que antes o relacionamento humano fosse muito diferente ou muito melhor do que hoje é, mas antes ainda havia esperanças, agora depois de tanto procurar avisto apenas raras exceções e um mundo não pode ser moldado a base das exceções, pois não é a vida que interessa a maioria. A vida artificial venceu por fim a vida real, pois é assim que as pessoas aprenderam apreciar, a sentir o prazer e até mesmo a amar.
Espero que as pessoas ainda estejam
ouvindo música, estou aqui ouvindo as minhas e sei que existem
alguns como eu por ai, um grande abraço para todos eles.
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